sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O amor como alicerce





Querer o amor como alicerce é olhar o outro como se ele fosse a solução para as suas próprias carências e expectativas emocionais.  Os obstáculos tornam-se intransponíveis pois delegamos ao outro a obrigação de fazer a nossa felicidade acontecer, e então, como não temos enraizado a autoconfiança delegamos nossas frustrações ao comportamento de outras pessoas, e a vida vira um eterno apontar de dedos pro outro. E quem assume a culpa ou dês-culpa, tira a culpa de si e transfere pro outro. Não é solução para a questão.
Quando falta raiz, quando falta confiança e força interna é que passamos a depender do outro para nos sentir seguros. E como transferimos ao outro a responsabilidade para nossa felicidade, as chances de decepção aumentam, pois quem não confia em si mesmo não tem como confiar no outro.  Fica difícil estabelecer um vínculo de longo prazo pois nossas frustrações e expectativas no outro acabam vindo a tona em alguma situação. É a clássica atitude de dar seu poder ao outro.
Ninguém pode dar ao outro o que não se tem, não haveria o que compartilhar.
Quando há cobranças de posicionamento e alguém não soube o que fazer é porque falta exatamente esta ancoragem de ser auto-suficiente no amor. Como se pode colher se o solo não está pronto? As flores não vingam. O resultado é um jardim deserto, com ervas daninhas por todo lado e meias-verdades, porque o outro não banca, então é mais fácil omitir prá não criar problema.
Fica um tentando alicerçar suas expectativas no outro, ambos com medos de suas relações anteriores e querendo que “alguém resolva meu problema de frustração”. E vem o medo do compromisso, vem as cobranças e os cortes. Não se banca, não tem força, não tem raiz, então é mais fácil surtar, porque é mais fácil apontar o dedo pro outro do que olhar para dentro de si mesmo. As nuvens turvam o caminho, falta visão de longo alcance porque não tem visão interna do ser.
E como mudar isto?
O QUE VOCÊ QUER COLHER? Então tem que cuidar do solo, da semente, de regar a semente... o solo é você, a semente são suas estruturas internas, o que rega é como você se nutre.. É exatamente cultivar dentro de si o que é necessário para suprir as carências e não projetar no outro.
Os dramas de consciência e traumas vividos em relacionamentos podem estar sendo projetados nesta nova relação na forma de cobranças e expectativas, então o ciclo se repete.
É preciso aceitar que as carências existem, enxergar a maneira como estamos lidando com elas e modificar atitudes internas que trazem estas carências de volta para as relações sucessivamente.  A superação destas questões depende da sua força interior.
Os “castelos de areia” construídos em relações anteriores trazem a tona questões não resolvidas em outras relações, e isto não é justo, porque cada pessoa é única em sua maneira de ser.
É preciso trabalhar a autoconfiança e a confiança mútuas.
Como fazer isto? Olhando prá dentro, pro jardim interno, o jardim secreto da alma... cuidando de curar as próprias dores e não projetá-las nas atitudes do outro.

Visualização Criativa: "Se você simplesmente imaginar sua vida como você quer que ela seja, todos os componentes cooperativos serão convocados. E, mais importante, todos os componentes que são convocados cooperarão. É a Lei. A experiência que você tem com os outros tem a ver com o que você evoca deles". Abraham

Para encontrar estabilidade nas relações é preciso limpar as mágoas, esclarecer o que foi dito e dizer o que não foi dito, ou seja, não se omitir.
Trabalhados estes aspectos e estas projeções  novas possibilidades de relações mais construtivas e transformadoras surgem, onde se poderá vivenciar maior lealdade e verdade, renovando as energias, e vivenciando tranqüilidade e paz interior.
Um detalhe importante: quando a energia amorosa de um casal é bem direcionada as projeções se tornam mais intensas principalmente para as mulheres, porque elas tem uma visão mais ampla das coisas, elas sentem com o coração e não com o corpo, elas buscam mais interagir pelos parâmetros do afeto, e precisam de estímulos amorosos, enquanto que e o homem, por ser mais racional enxerga mais pelo lado prático das coisas, e buscam menos estímulos emocionais que suas parceiras. porém, ambos precisam trabalhar seus códigos internos, ou seja, os condicionamentos que foram se formando ao longo da vida. As mulheres, quando estabelecem contato mais continuo com um parceiro começam a trazer para fora suas questões psicológicas mais profundas,  seus traumas de relacionamentos se sobrepõe um ao outro sucessivamente e quando não há a dedicação masculina em seu aspecto mais amoroso e cuidadoso, estas carências vem a tona, e passam a interferir de forma conflituosa na interação do casal em todos os níveis, e passando a não ter mais a mesma qualidade. Quando então o homem se acomoda e deixa de fazer os estímulos emocionais, a mulher se retrai e ambos ficam em uma condição de desamor e carência. É por condicionamentos emocionais e carências afetivas e traumas que as mulheres muitas vezes recuam na relação, dai então o relacionamento declina.
A mulher, quando equilibrada, faz bom uso de sua habilidade natural de trabalhar conflitos internos e curar os conflitos do homem através exatamente do seu poder de amar e cuidar. O problemas e conflitos  começam quando não se fala o que sente, e o coração se cala. 
Uma reflexão: “Ouça teu coração, ali está a resposta. Ele vibra? então diga sim. Se você sentir na boca do estômago, uma dorzinha que sabe que não é ansiedade, diga não. Seu corpo é sempre seu termômetro. Respire e faça o exercício, sinta no teu corpo a vibração do que você tem que decidir. Lembre-se que o corpo da mulher é seu poder de criação... nele reside a força, a energia da vontade de criar laços de amor. Os desejos que doem na boca do estomago são desejos do ego e não do coração. É no coração que se encontra a realização. Sente no teu coração, que é onde reside o seu poder de Deusa, de mulher, e a resposta que você sentir é o que tem que fazer.
‎Reconhecer-se é amar-se acima de todas as coisas, quando encontramos o centro nos tornamos então capazes de compartilhar com mais sabedoria, coragem, liberdade e devoção. Uma mulher é um espelho complexo daqueles com quem compartilha. Aquele que for capaz de ver além do que os olhos de uma mulher revelam saberá então o que é contemplar o divino, e será levado além de si mesmo através do toque de uma Deusa." 


O poder da vontade, o emprenho em realizar, em modificar e renovar são as chaves para todo recomeço. Quando há mais dedicação, uma transição para o reconhecimento de si mesma acontece e o poder de nutrir-se de amor surge para então ensiná-la a compartilhar o amor com mais equilíbrio, intimidade e entrega, e então uma união duradoura se estabelece. 


Gratidão.

Elena Publio 
28-10-2011 

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