quinta-feira, 22 de abril de 2021

Querido Diário - Quando a Solidão ensina...



(Ao final tem uma poesia que escrevi durante estes eventos, e que exemplifica este texto e os momentos que eu buscava curar...)

Quando você está atento aos detalhes, percebe aquelas "pequenas brechas de solidão" que ensinam a gente a olhar para dentro.

Quando não estamos atentos permitimos que aquelas "pequenas brechas" tomem volume e nos entristeçam.

Muitas vezes mesmo quando falamos, a pessoa ao nosso lado não consegue nos enxergar e ouvir... Nosso trabalho é jamais calar, e sim buscar nossa própria cura.

Algo que aprendi sobre minhas reações nesta época é que normalmente eu falo o que penso e sinto... mas algo se perde verdadeiramente quando eu deixo de falar, porque quando chego neste ponto é porque já desisti e decidi seguir noutra direção. Pode ser que ainda persista mais um pouco, mas muito mais atenta para o que aprendi ser estímulo positivo  e a resposta positiva.

O Estudo Religioso nos ensina a olhar para dentro e nos torna mais atentos ao que é real e importante para nosso crescimento individual.

E assim, tudo o que vivemos deixa de ser um peso, pois fazemos melhores escolhas e não permitimos mais que o externo nos cause dor.

Aqui tem alguns pontos que eu não observei... outros eu percebia nitidamente e manifestava minha insatisfação.

A dica de hoje é esta:

Se o outro não te ouvir, siga em frente, ouça você o porque de seu coração gritar...

Muitas vezes sua insatisfação é apenas sua alma pedindo socorro, e os gritos que você ouve dentro de si é uma forma de emergir ao que não preencha sua vida de alegrias. Jamais deixe de ouvir seu coração.

Fica a reflexão, o aprendizado e o exemplo.

Boa leitura... são 2 dias em um, pois falam dos mesmos temas.

Gratidão pela oportunidade de rever minhas arestas e reconhecer o divino em meu caminhar.

Elena - 22-04-2021


Querido Diário ! 

Segunda feira 13 de outubro de 2003.

Bom, na verdade estou escrevendo este diário na terça-feira. 

Mas, ainda posso recapitular...

Dei uma geral na casa, a cozinha estava um caos total.. tudo em ordem, fui passar o aspirador de pó como de costume prá deixar tudo cheiroso e limpinho. Roupa lavada, caminhada feita, hoje andei uma quadra a mais, devo ter levado quase uma hora! ... banho tomado... tenho aula as 19:30 sobre Inteligência Espiritual. O Tema de hoje é DEUS. Ainda bem que leio muito o livro do Kardec, me deu uma base boa prá esta aula, se não eu estaria boiando. Descobri que temos mais 2 espíritas na turma. A aula foi muito boa, apesar do frio de 16 graus...

Em casa, eu e o “F” assistimos a novela nova, depois o “F” assistiu um filme e eu vim pesquisar no computador... Deu soninho e fui dormir... Inté !!


...………….

 Hoje é Terça-feira 14 de outubro de 2003. 

Acordei cedo prá ir a aula da auto-estima. Alguns exercícios eu não entendi, outros eu fiz. Ela deu mais exercícios para casa. Cheguei em casa as 10 horas com muito sono, mas eu tinha que preparar os currículos prá levar ao correio.

Já são 13 horas, eu já tomei muito café; lavei roupa e agora preciso cuidar da cozinha. Devo sair as 14:30 horas para ir no meu Pneumologista; hoje é dia de mais injeções. Depois vou até a Federação para ver o resultado de meu questionário de avaliação.

Mais tarde o “F” vai passar em casa para pegar os envelopes do correio para minhs buscas por emprego.

Fui...

Bem, são 23:30 hrs., só agora posso terminar meu diário. Passei no pneumo para pegar minhas novas vacinas (fase 2 do tratamento de imunoterapia com maior concentração de alérgenos) que tomarei até o Natal. As marquinhas em meu rosto não são efeitos colaterais das injeções; se persistirem devo procurar um dermatologista.  

Cheguei na Federação Espírita por volta de 15:15 hs. Entrei na sala de palestras e peguei na metade. Depois tomei o passe e peguei minhas orientações resultantes do meu questionário: Tenho que fazer o tratamento espiritual em 15 seções semanais de Passes e também fazer o Curso Básico de Espiritismo,  para melhorar minha sintonia e realizar minha Reforma Íntima, reequilibrando meu campo eletromagnético e meus fluídos vitais. Devo fazer também, junto com o “F” o Evangelho no Lar. Tenho que ler o livro O Evangelho Segundo o Espiritismo. Vou ver se tem horário para aulas disponível para fazer nas terças-feiras à noite, pois tenho que conciliar com os cursos de Raja Yoga da Brahma Kumaris.

Voltando da Federação, eu me sentia bem, mas resolvi caminhar para refletir sobre o  Eu-alma. Passei no escritório do “F” para irmos  a uma  Vernisage de lançamento do livro de um amigo. Lá notei que as pessoas na Vernisage eram meio esnobes, eu me senti pouco a vontade porque estava com uma roupa simples... depois, cheguei a conclusão que o que vale mesmo é a alma. 

Na livraria da Vernisage encontrei vários livros sobre crianças, e até um que ensina a contar historinhas prá crianças com "Moral da Historia para Adultos".  Adorei o livro, mas custava R$35 e não poderia comprar.  O “F” comprou um livro ótimo para presentear ao pai dele: Dicionário de termos gaúchos... rimos um bocado.

Bem, voltando prá casa tínhamos que buscar minha injeção na “An”, o pai do "F" levou prá colocar na geladeira, mas, como estava tarde, pego amanhã. No caminho de volta eu fiquei deprimida e brava porque o “F” falou de uma moça que conheço e que eles quase ficaram juntos. Com meu jeito de elefante, disse para ele que não era o momento para este tipo de comentário. Acho que ele também ficou chateado. Não me sinto bem ouvindo estas coisas, ainda tenho que melhorar muito minha estima prá não me incomodar com isto.

Hora de dormir... 

(23:55h.)

Brechas de Solidão


Você deixou o tempo se perder

Deixou meu pranto fluir

A dor, a incerteza

Lacunas de sofrimento, 

brechas de solidão


Você deixou o caminho livre

Vazio, sem direção

Abriu as portas da agonia

Me fez sangrar o coração


Você deixou que eu me perdesse

E seguisse sem rumo, sem direção

Deixou abertas as feridas

De outras dores, de ilusão


E o cansaço me consumiu

Minha mente não parou de pensar

Minha alma não parou de sofrer

Lembranças, vazios, lágrimas


Os caminhos se estreitaram

Muros se ergueram

Rios transbordaram

Vazio, frieza, pensamentos perdidos


Olhares ficaram tristes

Sorrisos se fecharam

Auras pararam de brilhar


E nas lacunas do desprezo

E no pesar dos devaneios

Minha alma segue em prantos

Nas brechas da solidão

Na dor que sangra o coração

No sorriso triste

No amanhecer sem perdão


E nas lacunas de minha alma

Você deixou meu coração

Sem sonhos, sem esperanças

Vazio, sem emoção

Apenas com as lembranças

De uma vida, de uma saudade

Com feridas que você

Não foi capaz de cicatrizar...

                                             28/07/2003



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